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“Temos apenas alguns anos para evitar um ecocídio”

26 fev · 11h05

© Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia 2021

“A crise climática e de biodiversidade ameaça, sem qualquer exagero, a nossa existência enquanto humanidade”, realçou Frans Timmermans, Vice-Presidente Executivo da União Europeia, na intervenção inicial da conferência “Alterações Climáticas – Novos Modelos Económicos”, organizada no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.


Através de um depoimento gravado, Timmermans afirmou que “apesar da pandemia ainda dominar as nossas preocupações, a Europa continua empenhada nas questões ambientais”. Sobre o período atual, reforçou que “a pandemia demonstrou, de forma dura, como a saúde e o bem-estar dependem do bem-estar do planeta”.

"Fazer as pazes com a natureza"

Timmermans disse estar de acordo com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, segundo o qual “fazer as pazes com a natureza é a tarefa decisiva deste século”. E reforçou: “Temos apenas alguns anos para evitar um ecocídio”.

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Vice-Presidente executivo da União Europeia, Frans Timmermans durante a sua intervenção na abertura da conferência © Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia 2021

Sobre o programa da conferência, o responsável europeu enalteceu a relevância de debater a bioeconomia e a economia circular. “Para sermos o primeiro continente neutro em carbono em 2050, temos de travar o aumento das emissões, mas também de refletir sobre a utilização de recursos. Temos de abraçar a bioeconomia, respeitando os princípios da economia circular, alterando profundamente a forma como os serviços e os produtos são desenhados, produzidos e consumidos. Os produtos do mercado europeu devem ser duráveis, reutilizáveis, reparáveis e seguros, concebidos para uma reciclagem de alta qualidade.”

Na sua mensagem de boas-vindas, o Primeiro-Ministro, António Costa, recordou igualmente que a Europa assumiu o compromisso de ser o primeiro continente neutro em carbono até 2050, sendo este o “aspeto central da visão inscrita no Pacto Ecológico Europeu que estabelece uma nova estratégia de desenvolvimento para a Europa e um roteiro para tornar a Europa sustentável”.

“ A pandemia veio recordar-nos a necessidade de atendermos aos riscos enunciados pela ciência e de redesenharmos a nossa estratégia de desenvolvimento. O modelo económico seguido até aqui não tem futuro e não nos permite responder aos grandes desafios ambientais: combater as alterações climáticas, reduzir a poluição, reverter a perda de biodiversidade. ”

António Costa, Primeiro-Ministro de Portugal

O Primeiro-Ministro reforçou a necessidade de “um desenvolvimento justo e equitativo, dentro dos limites dos sistemas naturais”, sendo para isso necessário “atuar em toda a cadeia de valor de produtos e serviços e aumentar a sua circularidade”.


“A pandemia evidenciou a necessidade de a Europa reduzir a sua dependência em relação a materiais críticos e assegurar maior autonomia em várias áreas de atividade”, considerou o chefe do Governo português, dando como exemplo a bioeconomia sustentável, um dos temas em destaque na conferência.


António Costa recordou também a principal prioridade da Presidência Portuguesa: a aprovação da Lei Europeia para o Clima. E acrescentou que Portugal é “um dos países com metas ambientais mais ambiciosas para 2030”.


Em relação ao financiamento, lembrou que “47% das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência são dedicadas à ação climática”.

Veja a intervenção do Primeiro-Ministro português, António Costa:

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