A primeira reunião dos “Ministros do Futuro” da União Europeia e o lançamento da Rede Europeia de Análise Prospetiva foram dois dos pontos altos da reunião informal dos Ministros dos Assuntos Europeus que decorreu hoje, em Coimbra, e onde o tema escolhido foi o futuro.
A agenda da reunião informal dos membros do Conselho de Assuntos Gerais teve ainda como destaque uma apresentação das regiões ultraperiféricas (RUP) da UE como laboratórios do futuro.
Durante a reunião, foi lançada oficialmente a Rede Europeia de Análise Prospetiva ao nível ministerial. Esta iniciativa pretende reforçar as capacidades de análise prospetiva dos Estados-Membros e da Comissão Europeia, de forma a responder aos desafios atuais e futuros, antecipar grandes tendências, identificar e aproveitar as melhores oportunidades e, assim, desenhar melhores políticas públicas. A criação desta rede foi recebida de forma positiva pelos Estados-Membros nesta reunião.
A primeira reunião dos “Ministros do Futuro” foi outro dos pontos altos do encontro, que se realizou no Convento de São Francisco, em Coimbra. Os “Ministros do Futuro” da UE – atualmente liderados pelo Vice-Presidente da Comissão Europeia, Maroš Šefčovič – pretendem agora que esta tenha sido a primeira de muitas reuniões regulares deste grupo, que trouxe à agenda os temas da autonomia estratégica aberta e da resiliência, dois pontos-chave para o futuro da política europeia.
Maroš Šefčovič, Comissário para as Relações Interinstitucionais e Prospetiva, salientou, em conferência de imprensa, que “a nova Rede de Prospetiva da UE, combinada com as reuniões dos Ministros do Futuro, vai permitir-nos ter mais tempo e mais espaço para debatermos e abrir horizontes. Podemos, assim, governar por antecipação e enfrentar as futuras crises de forma mais eficiente e detetar potenciais problemas mais rapidamente.”
A Comissão Europeia e os representantes dos Estados-Membros que têm regiões ultraperiféricas na UE (Portugal, Espanha e França) fizeram durante a reunião diversas apresentações sobre os modos como estas regiões podem ser verdadeiros laboratórios para o futuro da Europa.
Foram apresentados projetos de turismo sustentável nos Açores, de nómadas digitais na Madeira, de energias renováveis nas Canárias, e ainda o digital hub das Ilhas Reunião, que simbolizam os desafios e o potencial que estas regiões oferecem à Europa como um todo, mas também permitem retirar lições e boas práticas para prepararmos o futuro da UE em áreas-chave como as transições climática e digital.
Elisa Ferreira, Comissária Europeia para a Coesão e Reformas, salientou que “as RUP têm um papel potencial estratégico em áreas que escolhemos como cruciais para o futuro da UE na próxima década, como é o caso do turismo sustentável, do espaço, das energias renováveis ou do trabalho remoto digital. As RUP têm um espaço e um papel no futuro da UE que temos de saber aproveitar”.