A Presidência Portuguesa do Conselho da UE gostaria de ser “lembrada como aquela que reequilibrou a relação com a Ásia”, afirma o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, lembrando que a Índia é “um ator chave” ao qual não estava a ser dada “atenção suficiente”.
Poucos dias depois do relançamento das negociações sobre os acordos de investimento e de comércio entre a União Europeia e a Índia, decidido na reunião que, no Porto, juntou os 27 e os líderes das instituições europeias com o Primeiro-Ministro da República da Índia, Narendra Modi, por videoconferência, Augusto Santos Silva lembra que “não estávamos a prestar atenção suficiente a um ator chave”, explicando que foi por isso que Portugal fez questão de apostar neste país do Indo-Pacífico, região que “estava muito necessitada” de relações reforçadas com a UE.
Intervindo numa conferência sobre a Europa enquanto ator global, Santos Silva sublinhou que é obrigação da Presidência Portuguesa do Conselho da UE “pelo menos tentar expandir a perspetiva europeia, não apenas focando-se nos parceiros clássicos do Atlântico, mas em zonas mais estratégicas”.
O Ministro, que falava por videoconferência, elencou três objetivos deste foco no Indo-Pacífico: no campo geopolítico, estabelecer um diálogo político mais regular e intenso entre as duas maiores democracias do mundo; estabelecer numa parceria para a conectividade (mobilidade e infraestruturas, e redes de transporte e comunicações); e retomar as negociações económicas UE-Índia, suspensas desde 2013.
Além disso, sublinhou o responsável pela Presidência Portuguesa do Conselho da UE, a saída do Reino Unido (Brexit) do bloco europeu “deu nova responsabilidade a Portugal, que também tem laços históricos e contemporâneos com a Índia”.