“Vivemos tempos difíceis. Se, por um lado, a retoma económica e social é a prioridade imediata, por outro lado, não podemos ignorar a ameaça que as alterações climáticas representam para a sociedade”, sublinhou João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, na abertura da Conferência de Alto Nível “O Hidrogénio nas Nossas Sociedades: Estabelecer pontes”, que decorreu hoje no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia.
Relativamente aos objetivos da Europa em matéria ambiental, o Ministro recordou que “atingir a neutralidade de emissões de carbono em 2050 e reduzir em pelo menos 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030 são objetivos que exigem alterações profundas no nosso sistema energético e um forte empenho rumo a uma transição energética baseada no desenvolvimento das energias renováveis”.
No entanto, “em algumas situações, não é possível utilizar a eletricidade. Assim, espera-se que o hidrogénio renovável desempenhe um papel essencial na descarbonização de setores onde as alternativas possam não ser exequíveis ou sejam demasiado dispendiosas, tornando-se decisivo para a descarbonização da Europa industrial”, afirmou o Ministro.
Quanto à ordem de trabalhos da conferência, João Pedro Matos Fernandes destacou os principais temas em discussão: “as políticas e estratégias destinadas a impulsionar o mercado mundial de hidrogénio, a perspetiva internacional sobre os desafios e oportunidades, o papel dos mecanismos de apoio, a promoção de cadeias de valor sustentáveis, as parcerias e o contributo fundamental dos ecossistemas de inovação”.
Sobre os resultados da conferência, o Ministro espera que esta contribua para “compreender melhor o estado atual do desenvolvimento e da cooperação em matéria de hidrogénio. Desejavelmente, irá também gerar maior conhecimento sobre iniciativas estratégicas baseadas em polos e vales de hidrogénio”.
Durante a sua intervenção, João Pedro Matos Fernandes sublinhou o facto de que “vivemos tempos históricos para o setor energético. Ao reunirmos todas as partes interessadas, concentrando recursos para ganhar escala, com uma motivação e um enfoque coletivos comuns, seremos capazes de acelerar a implementação da economia verde de hidrogénio, de criar uma cadeia de valor de hidrogénio completa na Europa, assim assegurando um papel de liderança na indústria e na tecnologia mundiais, bem como no combate às alterações climáticas”.