O fotógrafo português Tito Mouraz (n. 1977) inaugura a 4 de junho a exposição fotográfica “Fluvial”, no Camões – Centro Cultural Português no Luxemburgo, uma iniciativa no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
“Fluvial” é uma meditação em torno das praias e aldeias do interior norte e centro de Portugal. Fotografadas entre 2011 e 2018, estas cenas fluviais transformam a geografia pessoal numa atmosfera de ficção. As imagens contam a longa relação do autor com as praias e aldeias desta região, mas não o fazem ao modo de uma investigação topográfica, antes relacionando erosão com visão.
Captando famílias em momentos informais – predominantemente emigrantes regressados a casa do norte da Europa para as férias de verão –, o autor retrata corpos, troncos e seixos, aqui assemelhados a pequenas esculturas; o corpo humano, quase anfíbio, vê-se muitas vezes reduzido à simples forma, à superfície submersa, quer adotando o leito aquático enquanto instrumento ótico, quer modelado pela luz. A exposição “Fluvial” lembra um sonho de verão — uma ode visual ao lazer humano.
Nas palavras do crítico de arte Celso Martins, no jornal “Expresso”, “é impossível ver estas fotografias aberta e surpreendentemente felizes sem pensarmos quanto a imagem do ‘interior’ mudou para o país nesses oito anos. À força de serras queimadas, de povoações destruídas, de cadáveres perdidos em estradas assassinas que obrigaram o país a perceber da forma mais dura os custos de vivermos todos inclinados sobre o mar. Mas as imagens de Mouraz ajudam a desfazer a abstração esquemática e distante do ‘mundo rural’ de um outro modo. Devolvendo-o a uma memória, a dele, a do lugar e a nossa”.
A exposição está patente de 4 de junho a 19 de julho e insere-se no Mês Europeu da Fotografia no Luxemburgo.
Expõe regularmente desde 2009, em Portugal e no estrangeiro. Algumas das exposições mais significativas tiveram lugar nos seguintes espaços: Galeria Módulo (Lisboa); Museu Finlandês de Fotografia (Helsínquia); Formato Festival Internacional de Fotografia (Reino Unido); Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas (Açores, Portugal); Galeria Blanca Berlin (Espanha); Tampere Art Museum (Finlândia); Museu da Imagem (Portugal); Fotofestiwal Lodz (Polónia); Festival Circulation(s), Paris (França); Carpe Diem Arte e Pesquisa (Lisboa), Encontros da Imagem, Braga (Portugal); Voies Off Gallery, Arles (França) etc.
Venceu o Prémio Internacional de Fotografia Emergentes dst e o Leitura de Portfólios Carpe Diem Arte e Pesquisa. Em Portugal, é representado pela Módulo – Centro Difusor de Arte, Lisboa. A sua obra está representada em múltiplas coleções públicas e privadas.