O Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), reunido ontem, em Bruxelas, recebeu, ainda que por videoconferência, o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, para uma primeira troca de pontos de vista desde a tomada de posse da Administração do Presidente Joe Biden. Para o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o encontro “superou as melhores expectativas, tal foi a convergência de posições que foi possível verificar”.
Destacou a forma “absolutamente cristalina como a Administração norte-americana diz ‘estamos de regresso’”, no sentido em que, de novo, o multilateralismo, as agendas globais mais importantes e a relação entre a UE e os EUA fazem parte das prioridades em que assenta a política externa norte-americana.
Conselho dá acordo a sanções à Rússia, Myanmar
Em cima da mesa dos 27 estiveram também as relações entre a UE e a Rússia, na sequência “dos atos de hostilidade recentemente adotados pela Rússia contra a UE”, explicou o Ministro Santos Silva. O Conselho deu acordo político para que se inicie o processo que levará a sanções dirigidas a determinadas personalidades russas, designadamente no quadro de violações de direitos humanos, em particular ligadas à condenação do opositor russo, Alexei Navalny.
Este processo será um dos primeiros casos de aplicação do novo regime global de sanções por violações grosseiras de direitos humanos, que o Conselho aprovou em dezembro.
Além da Rússia, o golpe de Estado em Myanmar foi também analisado. O Conselho decidiu abrir um processo de preparação de sanções específicas, a dirigir contra os militares que levaram a cabo o golpe, além de os Ministros terem também lançado um apelo à libertação incondicional da Conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi.
A lista de sanções foi também alargada no que respeita ao grupo de personalidades venezuelanas visadas pelas medidas restritivas da UE, em razão de violações grosseiras de direitos humanos e restrições às liberdades fundamentais naquele país latino-americano.