Concebido para acolher a primeira Presidência Portuguesa do então Conselho das Comunidades Europeias, em 1992, o Centro Cultural de Belém (CCB) volta a ser escolhido para sede da quarta Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que terá lugar no primeiro semestre de 2021.
Em despacho assinado pelo Primeiro-Ministro António Costa, sublinha-se que “a inserção geográfica do CCB, os seus espaços públicos, as suas diversas salas de reuniões e de espetáculos e as suas especiais características arquitetónicas fundamentaram, no essencial, a escolha desse espaço. De igual modo, a história do CCB, foi um elemento também tido em consideração nesta escolha”, (Diário da República, 24 de março de 2020).
O Início
A construção do Centro Cultural de Belém foi decidida em 1988 e concluída em setembro de 1992. Na sua origem esteve a necessidade de um equipamento arquitetónico que pudesse acolher a primeira Presidência e, posteriormente, funcionar como um polo dinamizador de atividades culturais e de lazer.
Candidataram-se 57 projetos ao concurso internacional e foi selecionada a proposta do arquiteto português Manuel Salgado e do consórcio do arquiteto italiano Vittorio Gregotti. Este projeto vencedor previu um complexo arquitetónico composto por cinco módulos e a primeira fase da construção ergueu apenas três: um centro de reuniões, um centro para exposições temporárias e outro mais vocacionado para artes performativas.
O CCB foi classificado, em 2002, monumento de interesse público, incluído na zona especial de proteção do Mosteiro de Santa Maria de Belém. Atualmente, o equipamento ocupa uma área de construção de 97 mil metros quadrados em seis hectares e os seus vários espaços ao ar livre estão sempre abertos aos visitantes, nomeadamente os Jardins das Oliveiras e da Água, o Caminho Pedonal e a Praça CCB.
A vocação cultural
Nestes quase 30 anos, depois do sucesso do Concerto Primavera, em 1993, que atraiu ao CCB milhares de pessoas que nunca antes tinham entrado num equipamento cultural, o Centro assumiu-se como um palco de referência.
Lisboa Capital da Cultura, Expo 98, Festa da Música, entre outras manifestações culturais que marcaram uma época, estão indissociavelmente ligadas ao CCB. A soprano catalã Montserrat Caballé, a meio-soprano italiana Cecilia Bartoli, a coreógrafa alemã Pina Bausch, o maestro catalão Jordi Savall, o compositor norte-americano Philip Glass, a banda Sigur Rós e os pianistas norte-americanos Uri Caine e Keith Jarrett, entre muitos outros, chegaram a Portugal através dos palcos da instituição.
Foi também no CCB que se estrearam os portugueses The Gift e atuaram, entre outros, Maria João Pires, Bernardo Sassetti, os Madredeus, os GNR, Sérgio Godinho, Luís Represas, Jorge Palma, Mariza, Camané e Fausto, entre outros.