O cabo ótico submarino EllaLink é “da maior importância estratégica” para a Europa, considera o Primeiro-Ministro, lembrando que “a nossa posição geográfica fez de nós no passado, e fará de nós no futuro, algo que é muito importante: um ponto de ligação entre a Europa e os outros continentes”.

 

António Costa intervinha na cerimónia de inauguração do cabo de comunicações de alta velocidade que liga a Europa diretamente à América do Sul, com uma extensão de seis mil quilómetros, cujo lançamento foi integrado no evento “Leading the Digital Decade”, coorganizado pela Presidência Portuguesa do Conselho da UE e pela Comissão Europeia, e com a participação de Estados-Membros, do setor privado e da sociedade civil, para promover um debate alargado em torno da transformação digital da UE.

 

Tomando como exemplo a pandemia de COVID-19, o Primeiro-Ministro afirmou que “um país sozinho não teria desenvolvido a sua vacina” e que o “exemplo que a comunidade científica nos deu, de partilha de conhecimento e de dados, inspira precisamente aquilo que este cabo vai tornar possível fazer no dia-a-dia e no futuro”. O cabo EllaLink está, desde hoje, ancorado em Sines, com ligação direta a Fortaleza, no Brasil.

 

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, destacou o carácter privado do investimento — apoiado pela União Europeia — e a importância da infraestrutura, que melhorará “a transmissão de dados entre os dois continentes”.

Uma parceria renovada entre a UE e a América Latina

Para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que participou no evento através de uma mensagem vídeo, o cabo submarino EllaLink “simboliza a nossa parceria renovada com a América Latina” e “constitui um exemplo para os nossos envolvimentos com parceiros em todo o mundo”.

 

Von der Leyen acrescentou ainda que a ligação direta entre os dois continentes “vai impulsionar os negócios e a partilha científica e cultural”, além de contribuir para “a segurança, a resiliência e a estabilidade da internet”, sublinhando que a economia global já não depende somente de rotas comerciais, mas também de fluxos de dados.