Dois dias depois de a Presidência Portuguesa do Conselho ter obtido um acordo para a aprovação da Lei Europeia do Clima, os Ministros do Ambiente da União Europeia, da Suíça, da Noruega e da Islândia reuniram-se sob a presidência do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.
Nesta videoconferência informal, realizada esta sexta-feira, 23 de abril, foram abordados os desafios relacionados com a escassez da água e com a seca no contexto da adaptação às alterações climáticas.
A Estratégia Europeia de Adaptação às Alterações Climáticas, recentemente apresentada pela Comissão Europeia, evidencia a necessidade de se reduzir significativamente o uso de água, apostando em origens alternativas e exigindo a cooperação e o envolvimento dos setores económicos.
As duas entidades europeias que se têm dedicado a estudar os fenómenos das alterações climáticas e que têm prestado apoio científico à decisão política – o Centro Comum de Investigação e a Agência Europeia do Ambiente – fizeram uma apresentação da situação atual e das tendências para o futuro sobre o binómio água-adaptação.
A Secretária Executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas, Patrícia Espinosa, apresentou aos Ministros um roteiro para tornar a COP-26 (Conferência das Partes) um marco importante no combate às alterações climáticas. Esta intervenção permitiu uma troca de impressões entre os Ministros sobre o papel da Europa na adaptação às alterações climáticas no contexto internacional.
Os Ministros europeus reconheceram a importância de aprofundar o conhecimento sobre os efeitos das alterações climáticas e de considerar a água como um aspeto crucial para a adaptação, com destaque para os efeitos das secas, mas também da alteração nos regimes de precipitação. Foram ainda partilhadas experiências de aplicação de medidas de adaptação no território de cada Estado-Membro.
A Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia atingiu, com este encontro, o objetivo de colocar no topo da agenda política europeia a adaptação às alterações climáticas e a necessidade de se acordarem medidas concretas e de mobilizar financiamento para o processo de adaptação.