António Costa defende que “a solidariedade deve ser o fundamento da União Europeia”, e destaca a necessidade de a Europa dar aos seus cidadãos “esperança e confiança no futuro”.
Considerando que a resposta dos 27 à crise pandémica de COVID-19 “tornou evidente o valor da solidariedade”, o Primeiro-Ministro sublinhou, em Bruges, na cerimónia de encerramento do ano académico do Colégio da Europa, que “precisamos de uma Europa de resultados, que honre os seus valores e dê aos seus cidadãos esperança e confiança no futuro”, pois, ao fazê-lo, “a Europa combate o medo que alimenta o populismo”.
Na sessão dedicada a uma reflexão sobre o futuro do continente, António Costa advertiu ainda para a necessidade de diálogo dentro do bloco europeu. “Se quisermos ter êxito, não podemos ignorar as nossas diferenças. Devemos falar sobre elas e confrontar as nossas posições de forma franca e honesta”, frisou, lembrando que “a Conferência sobre o Futuro da Europa é uma oportunidade para o fazer”.
Num balanço da Presidência Portuguesa do Conselho da UE, o Primeiro-Ministro evocou o antigo Presidente da República Mário Soares — patrono do ano académico naquela escola europeia —, para lembrar que foi a visão europeia de Soares que inspirou as prioridades do semestre português, que termina a 30 de junho, em torno da promoção dos valores europeus e do reforço da autonomia estratégica de uma Europa aberta ao mundo.
Olhando para as dificuldades que se colocam à Europa no contexto presente, com uma pandemia ainda por debelar, uma crise socioeconómica por vencer, em cuja vizinhança persistem focos de instabilidade, e sem esquecer a ameaça do terrorismo, António Costa instou os europeus a acreditarem no futuro.
Parafraseando Charles de Gaulle, que a 18 de junho de 1940, em plena II Guerra Mundial, discursou na rádio para uma França ocupada pelas forças nazis, o Primeiro-Ministro deixou um apelo: “Façam ouvir as vossas vozes, os vossos medos, os vossos sonhos. Sejam parte do futuro da Europa. Aconteça o que acontecer, a chama da Europa [da resistência francesa, disse De Gaulle] não deve e não se extinguirá!”, concluiu.