“A nossa prioridade tem de ser acelerar a vacinação”. Foi desta forma que o Primeiro-Ministro António Costa começou a sua mensagem dirigida aos seus homólogos, na reunião que juntou, por videoconferência, os membros do Conselho Europeu. O Chefe do Governo português considerou que a União Europeia deve ter, na prioridade da vacinação, três focos fundamentais: o princípio de que os contratos de distribuição de vacinas devem ser cumpridos; o reforço da capacidade de produção, distribuição e autorização de vacinas na União; e a solidariedade internacional.

A pandemia tem de ser erradicada em todo o mundo e, por isso, “a solidariedade internacional na partilha de vacinas para assegurar vacinação à escala global, e em particular nos países de menos recursos”, é essencial para que consigamos erradicar este vírus”. Neste contexto, Portugal apoia inequivocamente a existência de um mecanismo de partilha de vacinas, explicou António Costa. Cinco por cento do stock nacional de vacinas será, aliás, redirecionado para os Países de Língua Oficial Portuguesa em África e Timor-Leste, além do apoio financeiro que o país já prestou para ajudar a combater o impacto da pandemia de COVID-19 naqueles países, designadamente em equipamento médico e formação.

A preservação do Mercado Interno foi, também, um dos assuntos que o Chefe do Governo abordou com os seus homólogos. António Costa sublinhou a importância da ação coordenada nas fronteiras, mantendo abertos "corredores verdes" e protegendo os direitos dos trabalhadores transfronteiriços, para garantir o regular funcionamento do Mercado Interno e a liberdade de circulação no espaço europeu.

Segurança & defesa e Vizinhança Sul na agenda

No segundo dia de reunião, os líderes debateram questões de segurança e defesa e mantiveram uma troca de pontos de vista com o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg. António Costa defendeu que as iniciativas no domínio da segurança e defesa europeias devem estar alinhadas com o nível de ambição da União e devem reforçar a complementaridade com a NATO e as parcerias à escala global.

Do ponto de vista europeu, para Portugal, que ocupa até junho a Presidência rotativa do Conselho da UE, a proposta de “Bússola Estratégica”, apresentada pelo Alto Representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, constitui uma base sólida sobre a qual se pode desenvolver a capacidade de segurança e defesa, reforçando sinergias entre as dimensões civil e militar, e a base tecnológica e industrial de defesa europeia.

O último ponto na agenda tratou das relações da UE com a sua vizinhança Sul e António Costa reiterou o apoio ao relançamento de uma parceria estratégica que promova a prosperidade e a estabilidade da região do Mediterrâneo, com base em projetos concretos de interesse comum.