É essencial melhorar a compreensão sobre as ameaças híbridas, como se manifestam e que desafios representam. Foi este o mote para um seminário de peritos, organizado pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pelo Centro Europeu de Excelência para o Combate às Ameaças Híbridas.
O evento, em formato digital, pretendeu debater as tendências relacionadas com estas ameaças, físicas ou virtuais, no Médio Oriente, no Norte de África e na região mediterrânica. As revoltas na região, desde 2011, criaram e expuseram vazios de governação e de segurança, que podem tornar-se ameaças, e os conflitos, complexos, tanto no Norte de África, como no Médio Oriente, criam espaço para manobras hostis em múltiplos domínios.
A Estratégia Global da União Europeia (UE) apela aos 27 que cooperem com os Estados da região, em matéria de desafios de segurança, questões de direitos humanos e políticas antiterrorismo, lembrando que a estabilização, democratização e desenvolvimento daquele eixo é um objetivo importante, e que é essencial reconhecer e compreender as ameaças híbridas que poderiam impedi-lo de tornar-se realidade.
Os desafios que a região enfrenta, quer sejam ataques terroristas provenientes das zonas de conflito, quer seja a migração através e a partir do Norte de África, são particularmente significativos para a UE e para a NATO, e frequentemente produzem efeitos também na Europa. Por isso, concluíram os peritos reunidos esta quinta-feira, é importante que as ameaças híbridas e as vulnerabilidades que permitem que tais ameaças se manifestem sejam plenamente compreendidas e percebidas.
A discussão entre peritos centrou-se num projeto de trend report sobre o Médio Oriente, Norte de África e Mediterrâneo, que o Centro de Excelência está a preparar, e cujos resultados deverão ser apresentados na conferência internacional sobre ameaças híbridas que o Ministério dos Negócios Estrangeiros organiza com o Instituto de Defesa Nacional em maio próximo.