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“À escala global, é insuportável termos perdedores”

João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática

26 fev · 11h30

© Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia - António Pedro Santos/Lusa

“Portugal foi o primeiro país do mundo a comprometer-se com a neutralidade carbónica e acredita firmemente que só é possível criar valor e fazer a economia crescer dentro dos limites do sistema natural.” Foi com esta mensagem que o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, deu início à conferência internacional “Alterações Climáticas – Novos Modelos Económicos”, organizada no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

 

“A Europa sublinhou isto mesmo com o Pacto Ecológico Europeu: o investimento em sustentabilidade é essencial para a melhoria das condições do planeta e para o crescimento económico”, reforçou Matos Fernandes, na intervenção de boas-vindas aos participantes do evento.

 

Matos Fernandes lembrou que, “quando falamos de alterações climáticas, surge a palavra mitigação, isto é, a redução de emissões”. No entanto, recordou que “para Portugal reduzir em 85% as suas emissões, para atingir a neutralidade carbónica em 2050, não é possível centrarmo-nos apenas na energia, mesmo que numa perspetiva alargada, dos transportes aos edifícios, da indústria às atividades económicas”.

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João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática © Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia / Pedro Sá da Bandeira

Para o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, é essencial “discutir novas formas de produzir e de consumir”. Assim justificou a inclusão na conferência dos temas da bioeconomia e da economia circular. Matos Fernandes reforçou que “só com um novo modelo, que valorize o capital natural, abandonando o modelo linear da economia – que extrai, transforma, transporta, usa, descarta -, se poderá atingir, no limite, a alquimia de que nada são resíduos, tudo são recursos”.

 

“Sabemos também que o combate às alterações climáticas é um desafio para todos os povos do planeta, sendo fundamental perceber que, à escala global, é insuportável termos perdedores. Neste sentido, a geostratégia e a abordagem à escala do planeta tornam-se fundamentais. Há um continente que nos preocupa mais do que todos os outros e, por isso, África vai estar muito presente nesta conferência”, concluiu.

 

Participam na Conferência de Alto Nível “Alterações Climáticas – Novos Modelos Económicos” 17 especialistas e autores para debater a importância dos novos modelos económicos no combate às alterações climáticas. A economista e professora na University College London, Mariana Mazzucato, é a oradora principal do evento. Entre os demais palestrantes, contam-se Peter Bakker, presidente e CEO do World Business Council for Sustainable Development, Christian Patermann, especialista internacional em bioeconomia, e o escritor Mia Couto..